Infelizmente não. O bom senso não pode ser comprado.
A insensatez virou regra! Deparamo-nos rotineiramente com pessoas cada vez mais alienadas pela própria individualidade, que não mais conseguem estabelecer o limite da circunspecção nas próprias atitudes ou que, sequer, possuem sensibilidade para relativizar os fatos. Em um mundo contaminado por um vazio angustiante, a tendência é que as pessoas analisem os fatos a partir de um único referencial que, em geral, é moldado pelo senso comum ou está contaminado pelos preconceitos mais escusos.
Muitas pessoas acreditam que o bom senso é adquirido exclusivamente no berço. Concordo em partes, descarto a exclusividade. Acredito que ele pode, sim, ser construído a partir de uma intrépida humanização. Esta, sustentada pelos mais veementes pilares da humildade, onde se é possível aprender com os próprios erros.
O problema é que o senso de humanidade distancia-se a passos largos dos seres humanos. Raros são os que se colocam no lugar do outro em busca de uma melhor visualização da situação. Agem e reagem de acordo com as mais profundas entranhas do individualismo, desconhecem ou não se importam com o potencial ofensivo de uma atitude impensada. Talvez esta seja mais uma das explicações para o desaparecimento progressivo do bom senso – que figura no rol das mais importantes virtudes que o ser humano pode possuir.
Peço-lhe encarecidamente que não se espante se o bom senso falecer repentinamente, pois não deve ser fácil para ele aturar tamanha petulância tão perto do fim. Também não espere por uma aglomeração no funeral, pois serão poucos os que, de fato, o conheceram bem – isso sem contar os que nem perceberão que ele partiu.
Não deixe de contribuir com o seu comentário. Qual é a sua visão sobre o bom senso? Obrigado.