O que explicaria este falso moralismo gritante do qual o mundo está eivado? A triste realidade é que ele angaria cada vez mais adeptos. Estes parecem seres despersonalizados, com extrema carência do verdadeiro e necessário discernimento, evidentemente moldados para uma melhor aderência ao também conhecido mundo das aparências.
As pessoas ainda não se deram conta de que o preço para atuar neste mundo é bastante caro, pois precisam abrir mão dos seus referenciais, dos seus verdadeiros referenciais. Tornam-se escravas de ideias politicamente corretas, meras repetidoras de pensamentos alheios e, muitas vezes, desconhecem o verdadeiro alcance do que defendem – e fazem exatamente o oposto.
Qual a vantagem em querer parecer perfeito quando se é, por natureza, imperfeito? A falibilidade é fundamental para o nosso aperfeiçoamento como seres humanos. O endeusamento encrustado na cabeça de muitos é, por vezes, o grande foco centralizador dos demais problemas, tendo em vista que essas pessoas não se permitem errar e ficam à beira de um colapso quando são contrariadas. As conseqüências são desoladoras...
Encontramos ótimos atores na esfera social, mas que são péssimos em cuidar do seu próprio “eu”. Sabem por quê? Pois simplesmente não existe “eu”, mas sim um imenso vácuo existencial, uma vez que aquilo que demonstram ser, não corresponde verdadeiramente ao que são. Talvez isso explique a devassidão moral na qual o mundo se encontra, pois, com pessoas cada vez mais perdidas e especializadas em exteriorizar superficialidade, definitivamente não há possibilidade de se construir a solidez moral tão idealizada pelos sensatos.
Encontramos ótimos atores na esfera social, mas que são péssimos em cuidar do seu próprio “eu”. Sabem por quê? Pois simplesmente não existe “eu”, mas sim um imenso vácuo existencial, uma vez que aquilo que demonstram ser, não corresponde verdadeiramente ao que são. Talvez isso explique a devassidão moral na qual o mundo se encontra, pois, com pessoas cada vez mais perdidas e especializadas em exteriorizar superficialidade, definitivamente não há possibilidade de se construir a solidez moral tão idealizada pelos sensatos.
Contribua com o seu comentário! Obrigado.
14 comentários:
Bravíssimo!
Quando o Felipe me disse que havia criado um blog, fiquei ansiosa para ver seu primeiro post, pois,conheço o Lipe há alguns anos e sei que ele é muito consciente do mundo que o cerca. Sem dúvida que minhas expectativas foram superadas, o texto está execelente, num tom muito agradável. E, ratificando o que ele disse: em que base podemos construir nossa moral, o nosso ser, se a primeira vista todos os alicerces carecem de solidez?
Adorei!! Parabéns!!!!
A minha verdade (um tanto cheia de pretensão) é que teu blog tá muito massa, lipídeos!
Continue nesse caminho, o mundo das idéias precisam de opiniões. Afinal, só construímos nossas próprias opiniões a partir de outras opiniões. Concordando, contra-argumentando, ou integralmente discordando!
grande abraço! parabéns!
É a pura verdade Lipee!! Meus parabens e continue assimm...kkkkk...
beijaooo
O Dr. Felipe escreve muito bem. Mas o intuito é comentar o texto. Nossa sociedade se alimenta de falso moralismo e morre desnutrida. O vazio preenche o mundo sem referencias deixado de herança pelas gerações que derrubaram os mitos e não construiram verdades em seu lugar. E no vazio, imperam futilidade, vícios, banalidade das relações etc. A partir de iniciativas como esta (do blog), vamos construir algo de bom?!Parabéns pela idéia!
Muito obrigado, pessoal.
Legal observar a harmonia das opiniões.
Todavia, questionaram-me se isso não seria algo inerente ao ser humano. Se todo descalabro for atribuído ao ser humano como algo intrínseco, irremediável por ser algo "normal", já imaginaram a que ponto chegaremos? (Melhor nem imaginar...)
Vejo isso como uma resposta pronta e cômoda a todo questionamento dessa natureza que surge, portanto, NÃO, não é algo inerente ao ser humano.
Após o ano novo eu escrevi um texto belíssimo sobre falso moralismo. As pessoas escolhem a data de primeiro de janeiro e dizem pra si mesmas que a partir dali serão diferentes, mas no dia seguinte voltam a cometer os mesmos erros dos outros anos.
E concordo quando você diz que o "eu" não existe, porque atualmente o "eu" é basicamente o "todo mundo". Maldito senso comum!!
Melhor seria dizer que o falso moralismo é inerente à sociedade. Onde há convivência, há disputa pelo poder( independente de que espécie)por consequência vem a dissimulação.O que é um passo ao ...Falso Moralismo!
Parabéns Felipe!!
Seu blog é uma das coisas mais promissoras que existe, pois ataca esse assunto sério, que é o falso moralismo... somos pouquíssimas as pessoas que vêem isso como algo negativo para o 'eu' de cada um!
André Athayde
Achei a ideia boa, o texto em si interessante como introdução. Faltou desenvolver, aprofundar os conceitos. Parabéns pelo domínio das palavras, raramante vejo coerência como a sua, ainda por cima sem erros de português.
André, muito obrigado pelo seu comentário.
Torneira, gostei da sugestão. Futuramente, criarei posts mais aprofundados sobre determinados pontos de tópicos mais generalistas como este em discussão. Fico feliz que tenha gostado.
Grande abraço.
Exatamente, Luiza!
O senso comum é bastante prejudicial se não houver uma grande diligência. Mas não somos imunes a ele, até porque envolve diversos fatores culturais.
---
Verdade, Lucy.
Talvez a necessidade de adaptar-se ao caos social influencie diretamente na propagação desenfreada do falso moralismo.
Beijos!!!
Parabéns pelo Blog e pelo texto, Felipe. Você escreve muito bem e demonstra uma segurança conceitual de que estamos carentes.
"A falibilidade é fundamental"..você leu um livro que se chama "Para além do bem e do mal" do Nietzsche? Seu texto me lembrou muito o livro.
Um abraço e convença-se dia após dia de que vale a pena contuniar pensando.
Postar um comentário