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domingo, 18 de abril de 2010

“Bom dia, seu Zé. Tem bom senso pra vender?”



Infelizmente não. O bom senso não pode ser comprado.


A insensatez virou regra! Deparamo-nos rotineiramente com pessoas cada vez mais alienadas pela própria individualidade, que não mais conseguem estabelecer o limite da circunspecção nas próprias atitudes ou que, sequer, possuem sensibilidade para relativizar os fatos. Em um mundo contaminado por um vazio angustiante, a tendência é que as pessoas analisem os fatos a partir de um único referencial que, em geral, é moldado pelo senso comum ou está contaminado pelos preconceitos mais escusos.

Muitas pessoas acreditam que o bom senso é adquirido exclusivamente no berço. Concordo em partes, descarto a exclusividade. Acredito que ele pode, sim, ser construído a partir de uma intrépida humanização. Esta, sustentada pelos mais veementes pilares da humildade, onde se é possível aprender com os próprios erros.

O problema é que o senso de humanidade distancia-se a passos largos dos seres humanos. Raros são os que se colocam no lugar do outro em busca de uma melhor visualização da situação. Agem e reagem de acordo com as mais profundas entranhas do individualismo, desconhecem ou não se importam com o potencial ofensivo de uma atitude impensada. Talvez esta seja mais uma das explicações para o desaparecimento progressivo do bom senso – que figura no rol das mais importantes virtudes que o ser humano pode possuir.

Peço-lhe encarecidamente que não se espante se o bom senso falecer repentinamente, pois não deve ser fácil para ele aturar tamanha petulância tão perto do fim. Também não espere por uma aglomeração no funeral, pois serão poucos os que, de fato, o conheceram bem – isso sem contar os que nem perceberão que ele partiu.




Não deixe de contribuir com o seu comentário. Qual é a sua visão sobre o bom senso? Obrigado.

9 comentários:

Luciana Vital disse...

Aplaudo seu texto de hoje,cujo tema já foi palco para diversas de nossas discussões pós-aula, de pé!!!

Constatamos que o bom senso praticamente inexiste mesmo em ambientes onde deveria reinar, como é o caso da vida acadêmica.

Que final... " sem contar os que nem perceberão que ele partiu."

atom disse...

Certamente o mundo está cercado da falta de bom senso e contaminado com exagerado senso comum. Dois males que parecem enraizados em nosso cotidiano. Situação difícil essa de exigir bom senso de quem só 'consegue' contribuir com mais do senso comum.
Lipe esse textpo leva a uma reflexão interessante sobre aquilo que temos como conceitos e os tao desnecessarios preconceitos.
Mais uma vez gostei bastante.

Felipe M. Albiero disse...

Obrigado, Lucy!
O que você disse é a mais pura verdade. Constantemente presenciamos fatos de extrema falta de bom senso - e o pior, em uma Universidade.
Bom senso é fundamental.

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Obrigado pela contribuição, Lorayne.
E ainda tem gente defendendo que senso comum e bom senso são a mesma coisa.

Beijos. ^^

Lisa Cordero(<;>) disse...

E o entendimento de tudo e de todos que está a nossa volta, e compreender os fatos, as situações. É ser acrítico!

O brasileito tem a mania de observar a vida do vizinho, e julgá-lo sem ao menos conhecer a realidade dele.

Infelizmente o Bom Senso nasce dentro de cada um, não há educação que posso mudá-lo, apenas pode mostrar o que fazer.

A vida é cheias de escolhas, mas depois tem que arcar com as consquências.


Abraços, adorei sua matéria *-*

Laiane disse...

Muito bom! Lastimável é ter que concordar com a Luciana quando ela diz: "o bom senso praticamente inexiste mesmo em ambientes onde deveria reinar, como é o caso da vida acadêmica". Infelizmente, isso é tão verdade. A falta de bom senso é "irmã do egoísmo". O "1º eu, 2º eu, 3º eu e sempre eu" tá na moda, aliás não é bem moda (só que não achei uma outra palavra que encaixasse melhor), porque moda é passageira e a falta de bom senso veio e se instalou... Ser um sensato nesse mundo é um desafio que poucos querem encarar.

Parabéns pelo texto!

Jonathan disse...

Muito interessante o texto, parabéns.
Inclusive estava pensando sobre isso recentemente. Como o mínimo de bom senso faria a diferença. Abraço.

Felipe M. Albiero disse...

Que bom que gostou, Lisa.
Realmente, é complicada essa mania de observar a vida alheia com uma dedicação inacreditável. É justamente nessa dedicação demasiada com o que não deveria que as mazelas pessoais se desenvolvem.

Bjos!


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Laiane, obrigado por comentar.
Destaco: "A falta de bom senso é irmã do egoísmo".
A sensatez está, de fato, cada vez mais distante da realidade.

bjs!


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Com certeza faria, Jonathan.
Obrigado pelo comentário.

Abraços!

Anônimo disse...

Nunca pensei que aquele menininho pertubado e aparentemente sem compromisso que conheci há 6 ou 7 anos poderia se tornar um homem íntegro e de ótimas ideias como pude observar aqui. Parabéns, Lipe!
vOCÊ CRESCEU!

Anônimo disse...

Adorei o tema! E na minha opinião a falta de bom senso está relacionada a falta de respeito com o próximo, querer levar vantagem e falta de educação.
Como sou imparcial, considero aqueles que desconhecem o que é bom senso, os sem noção, que não cometem atos insensatos propositalmente.
Como lidar com um sem noção que não sabe que está sendo insensato?

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